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Os alemães formam um grupo étnico relativo à língua e à cultura alemãs. O conceito de quem é alemão sofreu alterações: até o século XIX, eram considerados alemães todos os falantes dos dialetos alemães habitantes da Prússia, Schleswig-Holstein, Saxônia, Baviera, Áustria, Suíça, Polônia, Rússia, Ucrânia, Romênia, Pomerânia, Letônia, Lituânia, Estônia e diversos outros países.
Entretanto, com a unificação da Alemanha em 1871, o conceito de ser alemão foi gradativamente reduzindo-se aos habitantes do território do novo país ou àqueles que ali nasceram. Desta forma, o termo “germânico” passou a substituir a antiga denominação ‘alemão étnico’, para indicar as pessoas que falam Alemão e que se expressam através da cultura alemã (sejam de nacionalidade austríaca, suíça, luxemburguesa, húngara, alsaciana, americana, brasileira, argentina, russa, etc) que às vezes são menosprezados pelo alemão atual pelo fato de não terem a nacionalidade alemã.
O termo “alemão” vem do Latim ‘alamanus’, relativo à tribo germânica dos Alamanos, e um termo tomado do Alemão ‘alle man’, usado para referir-se a ‘todos os homens’. Chegou à língua portuguesa a partir do Francês ‘allemand’ (daí Alemanha). Porém, cabe observar que não é o mesmo ‘deutsche’ (em Alemão) ou o ‘german’ (em Inglês). O termo ‘deutsche’ (bem como vários nomes próprios alemães) é uma evolução da palavra “thiot” do antigo alto Alemão que significava ‘povo, homens, pessoas’ (daí Deutschland). O gentílico ‘germano’, que hoje se aplica aos alemães e que os alemães nunca usaram para se referirem a si mesmos, provém do Latim ‘germanus’, vocábulo com que se denominava os povos que habitavam a Europa Central, basicamente o território da atual Alemanha.
Foram tribos germânicas: Alamanos, Anglos, Batavos, Burgúndios, Francos, Frisões, Gépidas, Godos, Hérulos, Jutos, Lombardos, Ostrogodos, Saxões, Suevos, Turíngios, Vândalos, Visigodos e mil outras. Pode-se dizer que estas e outras tribos estiveram, cada qual no seu momento, baseadas no território da Alemanha atual, mas também ocuparam regiões distantes da França, Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália e até da África. Estes povos organizavam-se em aldeias rurais chamadas “dorf”, compostas por habitações de barro e galhos de árvores. Cultivavam cereais como trigo, feijão, cevada e ervilha e criavam gado para obter carne, leite e couro. Esporadicamente as guerras serviam para saquear alimentos e bens.
A expressão “invasões bárbaras” nos induz a imaginar contínuos combates entre germânicos e romanos. Mas na verdade a série de migrações nas direções oeste e sul não tinha caráter beligerante. Germânicos e romanos coexistiram pacificamente na maior parte do tempo e posteriormente a mescla das suas culturas deu a tônica da cultura medieval continental européia. Desta forma muitos hábitos e aspectos políticos, artísticos e econômicos de ambos os povos subsistiram através da Idade Média.